A implementação dos testes de triagem neonatal no SUS (Sistema Único de Saúde) em 1992 foi realmente um grande avanço no cuidado das crianças recém-nascidas no Brasil. Essa triagem, também conhecida como “Teste do Pezinho”, é fundamental para a detecção precoce de diversas doenças genéticas e metabólicas que podem não apresentar sintomas imediatamente após o nascimento, mas que podem levar a complicações graves se não forem tratadas precocemente.

Inicialmente, o programa de triagem neonatal abrangia apenas dois testes: Fenilcetonúria e Hipotireoidismo congênito. Com o passar dos anos, o programa foi ampliado e atualmente inclui outros testes importantes:

  1. Teste do Coraçãozinho: Avalia defeitos cardíacos congênitos, permitindo intervenções precoces caso sejam detectadas anomalias.
  2. Teste do Olhinho: Avalia problemas oculares, como infecções congênitas, catarata, glaucoma e tumores oculares.
  3. Teste da Orelhinha: Verifica a audição do recém-nascido, permitindo o diagnóstico precoce de problemas auditivos.
  4. Teste da Linguinha: Avalia a possibilidade de “língua presa” (anquiloglossia), que pode afetar a amamentação e a fala do bebê.
  5. Teste do Pezinho: Realizado entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê, detecta diversas doenças metabólicas e genéticas, como fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, anemia falciforme, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.

Esses testes são essenciais para o diagnóstico precoce de doenças que podem não ser aparentes no nascimento, mas que podem ter graves consequências se não forem tratadas a tempo. A triagem neonatal é uma ferramenta valiosa para garantir que as crianças recebam o tratamento adequado o mais cedo possível, prevenindo complicações e garantindo um desenvolvimento saudável.

Atualmente, existe uma luta para ampliar ainda mais o Teste do Pezinho no SUS, incluindo o chamado “Teste do Pezinho Ampliado”, que pode identificar um maior número de doenças na criança. Essa campanha busca garantir que todas as crianças tenham acesso a essa importante triagem, independentemente de sua condição socioeconômica.

Participar e apoiar essa campanha é uma maneira de contribuir para a saúde e o bem-estar das crianças brasileiras, garantindo que elas tenham a oportunidade de receber o diagnóstico e o tratamento adequado desde o início de suas vidas. O acesso igualitário a exames de triagem neonatal é fundamental para a promoção da saúde infantil em nosso país.