O estresse tóxico na infância é um tema importante, porém ainda não muito debatido entre as famílias. Ele se refere a estímulos estressantes elevados e contínuos que podem levar a danos irreversíveis no neurodesenvolvimento de uma criança.
Existem dois tipos de estresse que devemos considerar: o estresse positivo, que ocorre em períodos curtos e é apropriado para o estágio de maturidade psicológica da criança (por exemplo, vacinação, dificuldades escolares, atividades esportivas); e o estresse negativo, que ocorre por períodos prolongados e de forte intensidade (por exemplo, abuso infantil, negligência, excesso de atividades extracurriculares, agressão, famílias desestruturadas).
Independentemente do tipo de estresse, nosso cérebro reage da mesma maneira, liberando o hormônio do estresse (Cortisol) e ativando o sistema adrenérgico (liberação de adrenalina) para preparar o corpo para aumentar a vigilância e responder rapidamente ao estímulo, seja para lutar ou fugir – são mecanismos de sobrevivência. No entanto, quando o estresse é contínuo e de alta intensidade, a ação do cortisol pode alterar a arquitetura cerebral, reduzindo o crescimento cerebral e a quantidade de conexões através das sinapses.
Essa alteração na arquitetura cerebral pode levar a diversas doenças, como esquizofrenia, depressão, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, transtorno do espectro autista, hipertensão, doenças autoimunes e AVC na idade adulta.
Para prevenir ou atenuar o estresse tóxico na infância, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda algumas medidas:
É importante que os pais se dediquem a estar presentes e interagir com seus filhos, desligando o celular e oferecendo momentos de contato visual e afetivo, pois essas são ações que podem ajudar a reduzir o estresse tóxico e promover um desenvolvimento saudável na infância.