Uma das queixas mais comuns no consultório pediátrico é a constipação, também conhecida como prisão de ventre.
A constipação intestinal é caracterizada pela alteração no ritmo intestinal, frequentemente associada a mudanças comportamentais. Isso resulta em retenção fecal, redução na frequência de evacuações e endurecimento das fezes. Muitas vezes, os pais acreditam que evacuar diariamente significa um hábito intestinal saudável, mas isso nem sempre é verdade.
O que causa a constipação?
A constipação infantil tem causas multifatoriais, incluindo:
Fatores genéticos: predisposição familiar.
Hábitos alimentares inadequados: dietas pobres em fibras, baixo consumo de água e excesso de alimentos industrializados.
Sedentarismo: pouca ou nenhuma atividade física.
Uso de medicamentos: alguns remédios podem interferir no trânsito intestinal.
Aspectos psicológicos: alterações emocionais e comportamentais.
Raramente: hipotireoidismo, doença celíaca, alergia a proteína do leite de vaca e megacólon congênito.
Embora muitas vezes subestimada, a constipação pode impactar significativamente a qualidade de vida da criança, causando dor abdominal persistente, perda de apetite e visitas frequentes ao pronto-socorro.
Como saber se meu filho tem constipação?
Os sintomas mais comuns de constipação em crianças incluem:
Distensão abdominal.
Falta de apetite.
Redução na frequência de evacuações.
Fezes endurecidas, pequenas ou muito volumosas.
Dor ou dificuldade para evacuar.
Uma ferramenta importante para avaliação é a escala de Bristol, que ajuda os profissionais de saúde a identificar o tipo e a qualidade das fezes, facilitando o diagnóstico e o tratamento.
Qual é o tratamento?
O tratamento para a constipação infantil envolve:
Reeducação alimentar: adotar uma dieta rica em fibras, como frutas, legumes e cereais integrais, além de incentivar a ingestão adequada de água.
Atividade física regular: movimentar o corpo ajuda a estimular o intestino.
Terapias comportamentais: no caso de fatores emocionais, a terapia cognitivo-comportamental pode ser útil.
Medicamentos: devem ser utilizados somente em último caso e sob orientação médica.
Dicas de prevenção
Prevenir a constipação é mais simples do que parece. Confira algumas dicas:
Respeite o tempo do desfralde: evite apressar esse processo.
Crie associações positivas: evite usar termos negativos ao falar sobre ir ao banheiro.
Estimule a ida ao banheiro: ensine a criança a usar banheiros públicos e escolares sem medo.
Adote uma dieta rica em fibras: uma alimentação saudável para toda a família faz a diferença.
Promova atividades físicas: estimule brincadeiras e esportes regularmente.
Lembre-se, ao identificar sinais de constipação no seu filho, consulte um pediatra para uma avaliação detalhada e orientação personalizada. A prevenção é sempre o melhor remédio!
Fontes:
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/24448f-GPO-Constipacao_intestinal.pdf
https://www.jped.com.br/pt-constipacao-intestinal-articulo-X2255553600029040
https://aps-repo.bvs.br/aps/o-que-e-considerado-constipacao-no-lactente-e-como-abordar/
Dr. Túlio Alonso João – Pediatra, Especialista pela Sociedade Brasileira de Pediatria – RQE: 85275.
Atendimentos em Botafogo e Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.