A maternidade e o retorno aos treinos são momentos que muitas mulheres vivenciam com entusiasmo, mas também com dúvidas — especialmente quando o assunto é amamentação e suplementação para musculação. Será que pode tomar whey? Termogênico? E a creatina? E quanto ao chip hormonal ou a reposição de testosterona? Vamos esclarecer os principais pontos.
Durante a amamentação, tudo o que a mãe consome pode, em maior ou menor grau, passar para o bebê pelo leite materno. Por isso, é fundamental ter cautela ao introduzir qualquer suplemento.
Whey Protein: Quando de boa procedência e sem aditivos prejudiciais, pode ser utilizado como complemento alimentar. É uma proteína do soro do leite, e muitas lactantes já consomem derivados do leite normalmente.
Creatina: Estudos mais recentes indicam que a creatina é segura em doses moderadas (3 a 5g/dia) durante a amamentação, mas o ideal é consultar o médico antes de iniciar.
Vitaminas e minerais (como ferro, ômega-3, vitamina D): Muitas vezes são até indicados durante a lactação.
Termogênicos: A maioria contém cafeína, sinefrina, ioimbina e outros estimulantes que podem afetar o sono, o coração e o sistema nervoso do bebê. Por isso, geralmente não são recomendados.
Pré-treinos com estimulantes: Também devem ser evitados, pelos mesmos motivos dos termogênicos.
A terapia de reposição hormonal, especialmente com testosterona ou hormônios bioidênticos, pode interferir na produção de leite e no equilíbrio hormonal da mulher no pós-parto. Além disso, a segurança do uso desses hormônios durante a amamentação ainda não é totalmente estabelecida.
Se você está em fase de lactação, qualquer reposição hormonal deve ser avaliada por um endocrinologista ou ginecologista com experiência em medicina esportiva e saúde da mulher.
O “chip hormonal” é um implante subcutâneo que libera hormônios como gestrinona ou testosterona ao longo do tempo. Apesar de ser popular entre mulheres que desejam mais definição muscular e menos gordura, ele não é indicado durante a amamentação.
Os hormônios liberados pelo chip podem interferir na lactação e possivelmente causar efeitos indesejados ao bebê.
Amamentar e cuidar do corpo são objetivos compatíveis, desde que feitos com responsabilidade. Antes de iniciar qualquer suplementação ou tratamento hormonal, converse com seu obstetra, pediatra e, se possível, com um nutricionista esportivo.
Lembre-se: a prioridade é a saúde do bebê e o bem-estar da mãe. Uma alimentação equilibrada, treinos adaptados e um acompanhamento profissional seguro são a base para voltar à forma com saúde — sem riscos desnecessários.