O cuidado com a alimentação das crianças é fundamental desde os primeiros meses de vida. E entre os nutrientes que merecem atenção especial, o ômega 3 se destaca por seu papel essencial no desenvolvimento do cérebro, dos olhos e do sistema imunológico.

Mas afinal, o que é o ômega 3? Quando ele deve ser incluído na alimentação infantil? E quais são seus reais benefícios? Continue a leitura para entender tudo sobre esse nutriente tão importante para a saúde dos pequenos.

O que é o Ômega 3?

O ômega 3 é um tipo de gordura boa, classificada como ácido graxo poli-insaturado. Existem três tipos principais:

• ALA (ácido alfa-linolênico): encontrado em alimentos vegetais, como chia, linhaça e nozes.

• EPA (ácido eicosapentaenoico): presente principalmente em peixes de água fria.

• DHA (ácido docosahexaenoico): também encontrado em peixes e frutos do mar, é o mais importante para o cérebro infantil.

O corpo humano não produz ômega 3 naturalmente em quantidades suficientes, por isso ele deve ser obtido pela alimentação ou suplementação.

Por que o Ômega 3 é importante para crianças?

O período da infância — especialmente os primeiros 5 anos — é marcado por intenso desenvolvimento cerebral e físico. Nesse contexto, o ômega 3 atua como nutriente fundamental para diversas funções:

1. Desenvolvimento do cérebro e da aprendizagem

Cerca de 60% do cérebro é composto por gordura, e uma parte significativa dessa gordura é o DHA, uma das formas do ômega 3. Esse nutriente participa da formação das conexões cerebrais e da mielinização (processo que ajuda na condução dos impulsos nervosos).

Benefícios observados:

• Melhor atenção e concentração;

• Maior desempenho escolar;

• Melhora da memória e raciocínio;

• Apoio a crianças com TDAH.

2. Saúde visual

O DHA também está presente em alta concentração na retina dos olhos. Sua presença adequada ajuda na formação da visão e na prevenção de distúrbios oculares durante a infância.

3. Fortalecimento da imunidade

Estudos mostram que o ômega 3 tem ação anti-inflamatória, ajudando o organismo a responder melhor a infecções. Ele também pode reduzir a incidência de doenças respiratórias e alergias, comuns na infância.

4. Bem-estar emocional e comportamento

Pesquisas indicam que níveis adequados de ômega 3 podem influenciar positivamente o humor, o sono e o comportamento social das crianças. Por isso, ele também é estudado como coadjuvante no tratamento de distúrbios como ansiedade e autismo.

5. Saúde cardiovascular

Embora o risco de doenças cardiovasculares seja mais comum em adultos, a prevenção começa na infância. O ômega 3 ajuda a manter os níveis saudáveis de colesterol e triglicerídeos, além de proteger os vasos sanguíneos.

Quais alimentos são ricos em Ômega 3?

A melhor forma de garantir o consumo de ômega 3 é por meio de uma alimentação balanceada. Veja alguns exemplos:

Alimentos de origem animal (ricos em DHA e EPA):

• Salmão

• Sardinha

• Atum

• Cavala

⚠️ Dica: Sempre ofereça peixes bem cozidos e com atenção à origem e frescor, especialmente para crianças pequenas.

Alimentos de origem vegetal (ricos em ALA):

• Linhaça e óleo de linhaça

• Chia

• Nozes

• Óleo de canola

Embora o ALA seja importante, o corpo converte apenas uma pequena parte dele em DHA e EPA. Por isso, os alimentos marinhos são os mais eficazes.

Suplementação de Ômega 3 para crianças: é necessário?

Em alguns casos, pode ser difícil atingir os níveis ideais de ômega 3 apenas com a alimentação, especialmente se a criança não consome peixe regularmente. Nesses casos, a suplementação infantil de ômega 3, com fórmulas próprias para crianças, pode ser indicada pelo pediatra.

A suplementação é geralmente feita com cápsulas mastigáveis, gomas ou óleos com sabor agradável. A dosagem varia conforme a idade, peso e necessidades de cada criança.

Importante: Nunca inicie a suplementação por conta própria. Sempre consulte o pediatra antes de oferecer qualquer vitamina ou suplemento ao seu filho.

Quando começar a oferecer Ômega 3?

O ômega 3 é importante desde a gestação. A mãe que consome boas fontes de DHA contribui para o desenvolvimento neurológico do bebê ainda no útero.

Depois do nascimento:

• 0 a 6 meses: o leite materno é a principal fonte de ômega 3, desde que a mãe tenha uma boa ingestão do nutriente.

• A partir dos 6 meses: durante a introdução alimentar, peixes podem ser incluídos, sempre com orientação pediátrica.

• A partir de 2 anos: já é possível discutir com o pediatra sobre a introdução de suplementos, se necessário.
  
  O ômega 3 para crianças é muito mais do que uma “moda” nutricional. Ele é um aliado real no desenvolvimento do cérebro, da visão, da imunidade e do comportamento infantil. Por isso, vale a pena garantir uma alimentação equilibrada e, quando indicado, considerar a suplementação com a orientação de um profissional de saúde.