O que são?

Crises involuntárias nas quais a criança prende a respiração, muitas vezes seguida de mudança na cor da pele (palidez ou cianose) e, em casos mais intensos, perda breve de consciência ou até movimentos tipo convulsão. Elas são consideradas eventos paroxísticos não epilépticos.

Causas e fatores associados

  • Geralmente desencadeadas por emoções fortes como frustração, raiva, susto, dor ou sono.

  • Predisposição familiar: cerca de 20–30% dos afetados têm histórico familiar de casos semelhantes.

  • Deficiência de ferro, mesmo na ausência de anemia franca, parece influenciar a frequência dos episódios; a suplementação pode reduzir os eventos.

Faixa etária mais comum

  • Início geralmente entre 6 e 18 meses, com pico em torno de 2 anos.

  • Acometem até 5% das crianças saudáveis.

  • Aproximadamente 50% dos casos desaparecem até os 4 anos, e cerca de 80–85 % até os 8 anos.

Tipos de crises

  • Cianóticas (mais comuns, 54‑62 %). Surge após choro intenso com bloqueio da expiração, levando à hipóxia e perda de consciência por alguns segundos. Pode haver rigidez ou abalos musculares.

  • Pálidas (19‑24 %). Ocorrem após susto ou estímulo físico leve, com redução da frequência cardiaca devido resposta vagal intensa, palidez, sudorese e síncope. Podem provocar contrações e até urinar involuntariamente.

  • Mistas (restante dos casos): características de ambos os padrões.

  • Duração breve: geralmente alguns segundos a menos de um minuto.

  • Recuperação espontânea completa.

  • Frequência tende a diminuir com a idade, com desaparecimento gradual das crises até a idade escola.

O que fazer durante a crise

  • Mantenha a calma e ofereça conforto.

  • Deite a criança em um local seguro..

  • Não sacuda, agite ou dê tapinhas, nem coloque nada na boca.

  • Observação cuidadosa do tempo e da recuperação.

  • Quando buscar avaliação médica

  • Primeira crise, para descartar outras causas.

  • Episódios muito frequentes (várias vezes por semana ou dia).

  • Perda de consciência prolongada ou convulsão prolongada (> 1 a 3 min).

  • Suspeita de anemia ou débito cardíaco.

  • Exames indicados: hemograma completo, cinética do ferro, ECG, e, se indicado, EEG.

Possíveis tratamentos:

 

  • Suplementação com ferro reduz frequência em crianças com deficiência, mesmo sem anemia franca.

  • Em casos graves ou persistentes, tratamento medicamentoso pode ser indicado com redução da frequência das crises.

    Fontes:
    www.sbp.com.br
    www.aap.org

  • Dr. Túlio Alonso João – Pediatra, Especialista pela Sociedade Brasileira de Pediatria – RQE: 85275.  

    Atendimentos – Rua Visconde Ouro Preto, n°5 – 5 Andar, Botafogo, Rio de Janeiro.

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