A amamentação exclusiva é o sonho de muitas mães, mas por alguns motivos o desmame ou a baixa produção podem ocorrer, como em casos de mães com doenças graves após parto, recém-nascido em unidade de terapia intensiva com nutrição parenteral ou o mais comum que é a falta de suporte profissional nos primeiros dias de vida do bebê.

Mas é possível retomar a amamentação? Sim, e este processo pode ser auxiliado para a relactação(casos de desmame completo) ou translactação(quando a produção está insuficiente transitóriamente).


Como fazer a relactação ou translactação?

Preparação e motivação

  • Entenda que a relactação exige persistência e tempo, geralmente 2 a 6 semanas até observar aumento significativo da produção.

  • Estabeleça horários regulares de estímulo do peito.

Passo 2: Estímulo da mama

  • Ordenha frequente: manual ou com bomba, 8 vezes ao dia, durante 15 minutos média, incluindo durante a noite, pois a prolactina (hormônio do leite) tem pico noturno.

  • Amamentação direta: coloque o bebê ao peito sempre que possível, mesmo que não haja fluxo de leite, posicione a sonda no mamilo para que o leite ordenhado ou a fórmula infantil possa chegar até a boca do recém-nascido enquanto ele mantém estimulo de sucção no seio materno.

  • Massagem mamária antes e durante a ordenha para aumentar a eficácia.

Passo 3: Uso de dispositivos de translactação

  • Dispositivo de translactação (Nursing Supplementer, SNS) permite oferecer leite suplementar enquanto o bebê suga ou uma sonda nasogástrica n°4. 

  • A sucção estimula o aumento da produção de leite materno.

  • Pode ser usado com leite materno extraído ou fórmula infantil.

Materiais necessários

  • Bomba de leite materno (manual ou elétrica de boa qualidade)

  • Dispositivo de translactação (SNS) ou sonda nasogástrica n°4

  • Frascos e seringas para leite extraído ou formula infantil.


Tempo esperado para retorno da produção

  • A produção geralmente começa a aumentar após 3 a 5 dias de estímulo regular intenso.

  • Resultados mais consistentes podem levar 2 a 6 semanas.

  • Cada mãe reage de forma diferente, dependendo do histórico de lactação, frequência de estímulo e saúde geral.


Alimentos e hábitos que podem auxiliar

  • Alimentos ricos em proteína e ferro (ovos, carnes magras, leguminosas)

  • Líquidos suficientes (água, sucos naturais)

  • Chás galactagogos (feno-grego, funcho)

  • Evitar álcool e cafeína excessiva, que podem reduzir a produção de leite.


 Dicas práticas

  • Ordenhar ou amamentar todas as 2-3 horas, inclusive à noite.

  • Manter registro do volume do leite e das mamadas para monitorar evolução.

  • Reduzir estresse e descansar sempre que possível.

  • Amamentação em posição confortável, garantindo boa pega do bebê.

    Lembre-se o leite materno é o alimento mais rico para um bebê, ele é completo para o desenvolvimento cerebral, programação metabólica, proteção contra infecções, não deixe que orientações equivocadas retirem esse benefício de seu filho, procure sempre um médico ou profissional de saúde capacitado para poder te apoiar nos momentos difíceis, a amamentação pode ser natural, mas não é algo fácil e simples.

    Fontes:
    https://aps-repo.bvs.br/aps/quais-as-orientacoes-para-o-uso-da-tecnica-de-relactacao-translactacao/

    https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/download/60110/43438/145310

    Dr. Túlio Alonso João – Pediatra, Especialista pela Sociedade Brasileira de Pediatria – RQE: 85275. 
     
    Consultas – Praia do Flamengo, 66, Sala 808, Bloco B, Flamengo, Rio de Janeiro.