O micropênis ou pênis pequeno é uma condição clínica rara caracterizada por um comprimento peniano significativamente menor do que o esperado para a idade e estágio de desenvolvimento da criança, mesmo quando não há outras anormalidades anatômicas ou funcionais dos órgãos genitais. O diagnóstico de micropênis é considerado quando o comprimento do pênis esticado está mais de 2,5 desvios-padrão abaixo da média para a faixa etária.
Vale ressaltar que o micropênis não é apenas uma variação anatômica: trata-se de um sinal clínico que pode indicar alterações hormonais, genéticas ou endócrinas, sendo fundamental uma avaliação cuidadosa para identificar possíveis causas e direcionar o tratamento adequado.
Causas
O desenvolvimento peniano é influenciado por fatores genéticos, hormonais e ambientais. As principais causas de micropênis na infância podem ser divididas em três grandes grupos:
Avaliação clínica do comprimento peniano
A mensuração correta do pênis é fundamental para diagnóstico e acompanhamento. O procedimento recomendado consiste em medir o comprimento peniano esticado, desde a sínfise púbica (após compressão do tecido gorduroso suprapúbico) até a ponta do glande, excluindo o prepúcio. O pênis deve ser esticado suavemente, sem causar dor ou desconforto à criança.
Os valores de referência variam conforme a idade. No recém-nascido o comprimento médio do pênis esticado é de aproximadamente 3,5 cm. Considera-se micropênis quando este comprimento é menor que 2 cm. Em faixas etárias posteriores, os valores de corte ajustam-se conforme tabelas padronizadas baseadas em estudos multicêntricos nacionais e internacionais.
É fundamental que o exame seja realizado por profissionais capacitados, preferencialmente pediatras ou urologistas pediátricos, para garantir precisão e evitar traumas emocionais ou físicos. Além da medição, deve-se avaliar o desenvolvimento dos testículos, bolsa escrotal, presença de outras malformações genitais e características secundárias.
Tem tratamento?
O tratamento do micropênis na infância é determinado pela causa subjacente e pela idade da criança. O objetivo central é promover o desenvolvimento anatômico e funcional adequado do pênis, minimizando impactos psicológicos e sociais.
Acompanhamento
O acompanhamento do micropênis exige uma abordagem integrada, centrada no bem-estar físico, emocional e psicossocial da criança.
Reavaliações periódicas do comprimento peniano, do desenvolvimento genital e dos caracteres sexuais secundários;
A abordagem humanizada e individualizada é fundamental para garantir o desenvolvimento pleno da criança, respeitando sua identidade, autoestima e direitos. A participação ativa dos responsáveis e o acesso à informação de qualidade proporcionam melhores resultados e reduzem riscos de estigmatização ou tratamento inadequado.
Dr. Túlio Alonso João – Pediatra, Especialista pela Sociedade Brasileira de Pediatria – RQE: 85275. Consultas – Praia do Flamengo, 66, Sala 808, Bloco B, Flamengo, Rio de Janeiro.