Deficiência de ferro

A deficiência de ferro é a principal deficiência de micronutrientes no Brasil. Infelizmente, os dados são alarmantes: cerca de 33% das crianças entre 6 meses e 5 anos apresentam deficiência de ferro no organismo. Mas por que isso é tão preocupante?

Quando pensamos em ferro, logo associamos à anemia. No entanto, hoje sabemos que esse micronutriente vai além de apenas auxiliar na formação das hemácias. O ferro está envolvido em diversas funções enzimáticas e sua carência pode afetar o sistema imunológico, o sistema endócrino, o crescimento e o desenvolvimento cerebral.

Diante dos dados alarmantes da população brasileira, o Brasil criou um programa nacional de suplementação de ferro. O objetivo desse programa é identificar os grupos de risco, aplicar medidas preventivas e tratar aqueles que já apresentam deficiência. Essas ações buscam garantir um melhor desenvolvimento cerebral e comportamental das nossas crianças, resultando em adultos com maior capacidade cognitiva.

Mas, doutor, quando é necessário iniciar a suplementação?

A suplementação de ferro é recomendada para todas as crianças a partir dos 6 meses, independentemente do uso de fórmula infantil ou aleitamento materno.

É importante destacar que crianças com algum fator de risco devem iniciar a suplementação mais cedo, já aos 3 meses. Os fatores de risco incluem: deficiência materna de ferro, perdas sanguíneas durante a gravidez, gestantes que não foram suplementadas com ferro durante a gestação e lactação.

Crianças prematuras necessitam de atenção especial, devendo iniciar a suplementação com 30 dias de vida.

Quando posso fazer o primeiro exame do meu filho para avaliar a deficiência de ferro?

Conforme a Sociedade Brasileira de Pediatria, o primeiro exame para avaliar a carência de ferro no organismo deve ser realizado aos 12 meses. Pacientes com fatores de risco e que não receberam suplementação preventiva devem realizar o exame logo na primeira consulta.

Até quando meu filho precisa suplementar ferro?

A suplementação de ferro deve ser mantida até os 2 anos.

O ferro é essencial para o nosso organismo e sua deficiência está relacionada a um pior desenvolvimento cognitivo. Não podemos deixar nossas crianças sem esse micronutriente tão importante, especialmente nos primeiros 5 anos de vida, quando o cérebro está realizando suas principais conexões e crescendo rapidamente.

Fontes:

https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/23172d-Diretrizes-Consenso_sobre_Anemia_Ferropriva-OK.pdf

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_suplementacao_ferro_condutas_gerais.pdf

https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/pediatras-alertam-sobre-riscos-da-anemia-ferropriva-no-desenvolvimento-das-criancas

https://publications.aap.org/pediatricsinreview/article/42/1/11/35449/Iron-Deficiency-Implications-Before-Anemia

 
 
 

Rinite alergica

 A rinite alérgica é uma condição comum que afeta uma grande

parte da população, especialmente crianças e adolescentes. Trata-se de uma
inflamação na mucosa do nariz, desencadeada por uma reação alérgica a
substâncias como poeira, ácaros, pelos de animais, pólen de plantas e até mesmo
mofo. Embora possa surgir em qualquer fase da vida, é bastante comum que os
primeiros sintomas apareçam ainda na infância.

O que é a Rinite Alérgica?

A rinite alérgica é uma resposta exagerada do sistema
imunológico a alérgenos, substâncias normalmente inofensivas para a maioria das
pessoas. Quando uma pessoa com rinite entra em contato com um desses alérgenos,
o corpo reage liberando histamina, uma substância que causa os sintomas típicos
da doença, como espirros, coceira no nariz, coriza e congestão nasal.

Causas e Fatores de Risco

A predisposição genética é um dos principais fatores de
risco para o desenvolvimento da rinite alérgica. Ou seja, se um ou ambos os
pais possuem alergias, as chances de a criança desenvolver rinite alérgica são
maiores. Além disso, o contato frequente com alérgenos como ácaros, poeira,
fumaça de cigarro e mudanças climáticas bruscas também podem agravar a
condição.

Outro dado importante é que a rinite afeta aproximadamente
30% dos adolescentes, conforme relatado pela Associação Brasileira de Alergia e
Imunologia (ASBAI). Isso demonstra a prevalência da doença nesta faixa etária,
que muitas vezes lida com os impactos da rinite tanto na qualidade de vida
quanto no desempenho escolar.

Sinais e Sintomas

Os principais sintomas da rinite alérgica incluem:

  • Espirros
    frequentes
  • Nariz
    entupido ou escorrendo (coriza)
  • Coceira
    no nariz, olhos e garganta
  • Olhos
    lacrimejantes
  • Sensação
    de pressão na face

Esses sintomas podem ser sazonais, ocorrendo apenas em
determinadas épocas do ano, como na primavera, devido ao aumento dos níveis de
pólen, ou podem ser perenes, manifestando-se durante todo o ano, principalmente
em resposta a alérgenos domésticos, como ácaros e pelos de animais.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico da rinite alérgica geralmente é feito com base
no histórico clínico do paciente e em testes alérgicos que identificam as
substâncias que provocam a reação. Em alguns casos, exames complementares podem
ser necessários para confirmar o diagnóstico e descartar outras condições
respiratórias, como sinusite ou asma.

O tratamento da rinite alérgica pode incluir:

  • Medicações:
    Antialérgicos (anti-histamínicos), corticosteroides nasais e
    descongestionantes são comumente utilizados para aliviar os sintomas.
  • Imunoterapia:
    Consiste em vacinas de alergia que ajudam o organismo a se tornar menos
    sensível aos alérgenos.
  • Medidas
    preventivas
    : Evitar contato com alérgenos conhecidos, manter o
    ambiente limpo e arejado e controlar a umidade dentro de casa são ações
    fundamentais.

Qualidade de Vida

A rinite alérgica, quando não tratada adequadamente, pode
impactar significativamente a qualidade de vida de crianças e adolescentes,
interferindo no sono, no rendimento escolar e até em atividades físicas. Por
isso, é importante que os pais estejam atentos aos sintomas e procurem
orientação médica assim que perceberem os primeiros sinais da doença.

Considerações Finais

A rinite alérgica é uma doença que afeta milhões de
brasileiros, principalmente jovens. Com diagnóstico adequado e tratamento
correto, é possível controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida de
quem sofre com a doença. Manter o ambiente limpo e buscar ajuda especializada
são os primeiros passos para garantir que a rinite não interfira no bem-estar
diário.

Fontes:
https://asbai.org.br/rinite-alergica-pode-comecar-na-infancia/

https://asbai.org.br/rinite-doenca-que-atinge-cerca-de-30-dos-adolescentes/

  • https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/24064h-GPA_ISBN_-_Rinite_Alergica_na_Infancia_e_adl.pdf
  •  
 

Colesterol alto em crianças

As doenças crônicas não transmissíveis, que contemplam colesterol aumentado, pressão alta, diabetes tipo 2, antigamente eram exclusividade de adultos e idosos, mas com o processo de industrialização vem atingindo nossas crianças cada vez mais.

O aumento da oferta de alimentos industrializados, ultraprocessados, somados a propaganda excessiva com associação a personagens infantis, blogueiros de internet e o baixo custo favorecem um ambiente obesogênico.

Sabe-se que o deposito de placas de gordura nos vasos sanguíneos inicia-se logo na infância, e é essa a preocupação que levou a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia a criarem uma diretriz para controle e monitoramento do colesterol em crianças.

Quando devo realizar o primeiro exame de colesterol do meu filho?

A resposta é depende, conforme as novas diretrizes crianças que não tenham fatores de risco como obesidade, diabetes, doenças renais, cardíaca, uso de medicamentos, história de doença coronariana ou aumento de colesterol na família devem realizar a primeira coleta entre 9 e 11 anos.

Para as crianças com fatores de risco a primeira coleta deve ser feita a partir dos 2 anos.

É necessário fazer jejum para coleta do exame?

Não, atualmente não se preconiza mais o jejum de 8 a 12 horas para coleta de colesterol e frações.

Meu filho tem colesterol aumentado, como posso tratar?

O tratamento básico é iniciado com reeducação alimentar com uma dieta rica em fibras, óleos vegetais, redução de comidas industrializadas e atividade física diária. Preconiza-se reduzir tempo de tela ou atividades sedentárias para menos de 2 horas por dia e a prática de atividade física diária.

E o uso de medicação?

Os medicamentos são aprovados para crianças maiores de 10 anos ou aqueles considerados grupo de risco.

Meu filho é muito magro, mas sempre tem o colesterol muito aumentado.

O fato de a criança ser magra não o isenta do risco de ter aumento do colesterol, caso ele tenha uma dieta rica em alimentos industrializados ele pode sofrer de fome oculta, que é o resultado de uma dieta hipercalórica, porém com baixo nível de nutrientes.

Meu filho se alimenta muito bem, mas o colesterol dele está sempre muito alto, o que pode ser?

Esses casos são menos comuns, mas podem ser resultado de alterações genéticas que interfiram no metabolismo do colesterol, esses pacientes podem apresentar níveis altíssimos de colesterol e LDL, os quais não melhoram com dieta. Geralmente tem algum familiar com colesterol também aumentado, sendo necessário investigar os parentes também.

O recado que deixo as famílias é que protejam seus filhos do mundo industrializado, ensinando a alimentação saudável e as maneiras persuasivas com que as indústrias tentam atraí-las para que consumam cada vez mais seus produtos. Lembrando que nós pais somos sempre o exemplo, portanto a mudança dos nossos filhos inicia-se primeiro com a nossa mudança de hábitos e estilo de vida.

Fontes:

https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22336c-GPA_-_Dislipidemia_Crianca_e_Adoles.pdf

https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/19890d-MO-Promo_AtivFisica_na_Inf_e_Adoles.pdf

https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/doencas/colesterol-aumentado-em-criancas

 

O que é essa mancha vermelha na cabeça do meu filho?

A mancha salmão é a alteração vascular mais comum nos recém-nascidos, ocorrendo em 50 a 70% dos bebês brancos, predominando nas regiões da nuca, testa e pálpebras.

A mancha é vermelho claro ou levemente arroxeada e não possui relevo, sua regressão espontânea ocorre até o terceiro ano de vida.

É importante que o médico diferencie a mancha salmão ou nevu simplex de outras duas entidades que costumam afetar a pele do bebê: hemangioma e mancha vinho do porto.

O hemangioma é o tumor vascular mais comum da infância, costuma não estar presente ao nascimento e afeta a região da face, porém pode acometer outros locais do corpo. O hemangioma é uma malformação vascular que tende a crescer com a idade atingindo seu pico entre 4 a 6 meses e involui espontaneamente até os 5 anos, podendo deixar cicatrizes ou atrofia local. Importante destacar que o hemangioma deve ser acompanhado e em alguns casos é preciso uso de medicamentos a fim de evitar complicações.

A mancha vinho de porto acomete unilateralmente a região da face, predomina sobre o curso do nervo trigêmeo, não tende a regredir espontaneamente e pode ter associação com malformações venosas no cérebro e nos olhos da criança. Importante o acompanhamento multidisciplinar caso confirmado.

Procure um pediatra e tire suas dúvidas sempre, diferenciar as manchas é essencial para saúde de seu filho.

Fonte:

https://dermnetnz.org/topics/naevus-simplex

https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/_21458c-DC_Hemangioma-nova_Classif_e_atualiz_Pediatrica.pdf

Quedas: Caiu e bateu a cabeça, o que devo fazer?

O desenvolvimento infantil é algo fascinante. Em questão de meses, seu filho já está rolando, engatinhando e, no primeiro ano, andando. O cérebro, em constante desenvolvimento nas diferentes fases da vida, propicia algo instintivo ao ser humano: a exploração do ambiente e o desafio dos limites do próprio corpo.

Na infância, é comum que as crianças subam em objetos, pulem deles, tentem se equilibrar sobre mesas e cadeiras, entrem em móveis e olhem dentro do vaso sanitário. Esses são exemplos de comportamentos típicos na primeira infância.

Já na adolescência, os esportes radicais e os “desafios” como brincadeira representam outras situações que colocam os jovens em risco de quedas e traumatismos cranianos. Além disso, o início do uso de álcool e drogas infelizmente faz parte do dia a dia de muitos adolescentes.

Cabe a nós, profissionais de saúde, orientar corretamente os pais para buscarem mitigar o risco de quedas ou traumatismos cranioencefálicos. Em cada etapa do desenvolvimento, há desafios específicos: na infância, a adaptação correta da casa para evitar acidentes é o principal objetivo; na adolescência, a orientação constante e a vigilância das atitudes são essenciais.

Meu filho caiu e agora?

Caso seu filho tenha caído a primeira atitude é ligar para seu médico pediatra, caso não consiga entrar em contato deve procurar o serviço de emergência para uma avaliação. Lembrando que algumas situações exigem uma busca imediata, exemplo: queda em menores de 2 meses, queda com altura maior de 1,5 metros, perda de consciência, vômitos persistente, amnesia do fato, alteração de comportamento, sonolência ou irritabilidade.

Quando é necessário realizar tomografia?

A tomografia de crânio é indicada quando o paciente apresentar redução do nível de consciência, alteração de comportamento, fratura craniana, acidente automobilístico com feridos graves.

Destaco aqui a importância do uso criterioso da tomografia, pois não é um exame que emite uma alta quantidade de radiação acumulativa no corpo da criança pelo resto da vida.

Todo caso deve ser internado?

Não, a maioria dos casos são classificados como traumatismo craniano leve e devem permanecem em observação hospitalar por período de 2 a 4 horas, podendo ser liberado para casa com vigilância pelos pais. Os casos considerados moderados a grave como fratura de crânio ou alteração do nível de consciência são mandatórios a observação em leito de terapia intensive, pois existe o risco de piora do quadro clínico.

O recado que deixo as famílias é que medidas preventivas simples podem evitar grandes catástrofes familiares.

Fonte:
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/documentos_cientificos/19492c-GP-Trauma-Cranioencefalico.pdf
https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/guia-da-sbp-auxilia-pediatras-a-identificarem-gravidade-de-traumatismo-cranioencefalico/
https://www.spsp.org.br/site/asp/recomendacoes/Rec_70_Emergencias.pdf

 

Amamentação e suplementação

O leite materno é recomendado pela OMS durante os dois primeiros anos da criança, sem dúvida é o alimento mais completo para criança, fornecendo o aporte calórico e nutricional adequado para cada etapa do crescimento e desenvolvimento infantil. 

Devemos lembrar que o leite materno pode sofrer alterações quanto a riqueza de nutrientes caso a nutriz apresente uma dieta insuficiente ou por motivo de doença uma restrição alimentar. Felizmente, o corpo humano é perfeito, cada detalhe do nosso corpo é feito para atuar na adversidade, assim mesmo uma nutriz desnutrida pode ter uma concentração de nutrientes no leite materno próximo ao ideal para seu bebê. 

O que devo suplementar durante a amamentação? 

A suplementação para lactantes deve ser individualizada, de acordo com a história alimentar da nutriz, doenças pregressas e situação socioeconômica. Não existe uma receita para todas as mães, caso essa mãe tenha uma dieta insuficiente ou esteja em situação de risco o ideal é que ela receba ao menos: 

Ômega 3: Esse colesterol é fundamental para o desenvolvimento do cérebro do bebê, a maior deposição ocorre nos primeiros dois anos de vida, sendo essencial sua suplementação, visto que a população brasileira tem uma dieta carente nos alimentos que possuem esse colesterol, como peixes de água fria, grãos e algumas leguminosas. 

Zinco: Essencial para o sistema imunológico e crescimento da criança; 

Ferro:  Atua na produção dos glóbulos vermelhos, evitando anemia, além de auxiliar no sistema imunológico e desenvolvimento cerebral. 

Vitamina D: Relaciona-se intimamente com o depósito de cálcio nos ossos e prevenção da osteoporose na idade avançada, atuando também no sistema imune e em diversos órgãos do corpo.  

Devemos lembrar que além dos micronutrientes e vitaminas a nutriz deve receber um aporte calórico de no mínimo 1700kcal/dia podendo ser acrescido 300 a 500 kcal/dia, 70 gramas de proteína/dia e ingerir 2 a 3 litros de água por dia. Todas essas medidas auxiliam a produção de um leite materno completo para melhor desenvolvimento do bebê e evitam a desnutrição materna durante o período de amamentação. 

Fonte:

https://www.sbp.com.br

https://www.asbran.org.br

Quando levar meu filho ao oftalmologista?

A visão é um dos sentidos mais importantes do ser humano, seu desenvolvimento ocorre principalmente nos primeiros três anos de vida e é aprimorado ao longo da vida. 

Os primeiros anos são fundamentais para o desenvolvimento da visão, caso algum distúrbio ocorra durante esse momento e não seja detectado sequelas permanentes podem ocorrer. O cérebro interpreta as imagens através da retina que envia os sinais ao nervo optico, quando algo está errado e essa imagem não chega à retina, o nervo optico  acaba ficando em “desuso” ocasionando sua atrofia e perda de função a longo prazo. 

Mas quais cuidados devo tomar com meu filho? 

Os cuidados iniciais com a visão já se iniciam logo após o nascimento, antes da alta do bebê ao se realizar o teste do reflexo vermelho ou olhinho, que descarta obstrução da retina. 

Durante as consultas de seguimento é recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Brasileira de Oftalmologia que seja realizado o teste do olhinho ao menos três vezes ao ano até o terceiro ano da criança. Outra recomendação importante é a realização de um exame oftalmológico completo pelo Oftalmologista na idade entre 3 e 5 anos.  

Caso seu filho tenha algum fator de risco como prematuridade, infecções durante a gravidez, história de catarata, glaucoma na família ou apresente dificuldade para pegar objetos, quedas frequentes ao tropeçar em móveis, não reconhecer cores na idade apropriada, lacrimejamento e irritação ocular persistentes é indicado um exame oftalmológico completo antes dos 3 anos, pois são sintomas de doença ocular avançada. 

Fonte: 

https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/exame_crianca_5_anos.pdf

https://www.spsp.org.br/site/asp/recomendacoes/Rec81_Oftalmo.pdf

Depressão pós parto

A depressão pós parto é um distúrbio do humor que acomete 20 % das mães no Brasil, algumas mulheres são mais propensas a apresentarem os sintomas, dentre elas: pacientes com depressão diagnosticada antes da gravidez, estresse materno durante a gravidez, cesariana de urgência e ansiedade materna.  

Acredita-se que a origem da depressão tenha origem multifatorial como queda abrupta dos hormônios femininos após o parto, situação psicossocial, privação de sono, dificuldade com os cuidados do bebê e ausência de rede de apoio familiar e/ou profissional. 

Os sintomas de depressão podem iniciar logo após o nascimento do bebê e costuma durar 6 semanas ou mais. Importante diferenciar a depressão pós-parto de outra variante do humor que é o baby blues que costuma apresentar sintomas de irritabilidade, choro intercalados por alegria, motivação e satisfação, os sintomas de baby blues costuma melhorar em até 2 semanas após o parto. 

Como posso suspeitar se tenho depressão pós-parto? 

Toda mãe que apresentar sintomas como: tristeza, ansiedade, incapacidade de cuidar do filho, raiva, cansaço extremo, sensação de culpa, falta de apetite, falta de prazer nas atividades habituais com duração maior de duas semanas devem procurar atendimento médico e psicológico para suporte. 

O diagnóstico é clínico sendo feito pela história e sintomas da mãe, os exames laboratoriais são reservados para casos específicos a fim de descartar doenças da tireoide e desnutrição materna. 

O tratamento deve ser introduzido precocemente e é realizado por equipe multidisciplinar psicólogo, psiquiatra, pediatra e nutricionista. Alguns casos são necessários o uso de medicamentos antidepressivos, os quais são seguros durante a amamentação. 

Fontes: 

https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/nutricao/depressao-pos-parto

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/depressao-pos-parto

https://www.febrasgo.org.br

Síndrome do respirador oral

A síndrome do respirador oral acomete crianças entre 2 e 8 anos, coincidindo com o aumento das amígdalas e adenoides. É um problema pouco relatado pelos familiares, talvez pelo desconhecimento dos prejuízos que esse hábito pode trazer ao seu filho.

Essa via alternativa para passagem de ar pode decorrer de diversas doenças que causam a obstrução do fluxo natural do ar pelas narinas, sendo mais comum nos casos de rinite alérgica, aumento de adenoide ou “carne esponjosa”, aumento de amígdalas, desvio de septo nasal e algumas síndromes genéticas como Síndrome de Down.

Os sintomas mais comuns dessa afecção são: fala anasalada, roncos, babar em excesso durante o sono, dificuldade para alimentação, sono agitado e irritabilidade diurna. A obstrução do fluxo de ar nasal altera o padrão do sono resultando em queda da oxigenação cerebral e despertares noturnos mais frequentes, portanto é comum que esses pacientes apresentem dificuldades escolares, aumento do cortisol resultando em irritabilidade, déficit de atenção e hiperatividade, baixo ganho de peso ou déficit de crescimento.

O diagnóstico é clínico, sendo necessário a realização de exames complementares somente para determinar a causa da respiração oral, exemplo: testes alérgicos, nasofibroscopia e testes genéticos.

O tratamento é cirúrgico nos casos de desvio de septo, aumento de adenoides, amígdalas e medicamentoso no caso de rinite alérgica.

Caso seu filho apresente algum dos sintomas relacionados a respiração oral, comunique seu médico, pois essa afecção pode causar uma série de complicações como dificuldade de aprendizado, dificuldade de ganho de peso, hiperatividade e baixo crescimento.

Fontes:

https://www.sbp.com.br

https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/respiradores-bucais-tema-de-novo-podcast-da-revista-residencia-pediatrica