Pneumonia silenciosa

A pneumonia silenciosa ou atípica é uma infecção bacteriana comum em crianças com idade entre 5 e 16 anos, correspondendo a até 40% dos casos de infecção pulmonar nessa faixa etária. Essa infecção geralmente apresenta uma evolução mais branda, durando em média de 2 a 4 semanas, e o paciente tende a manter suas atividades habituais, o que lhe rende o apelido de “pneumonia andante”. Os sintomas associados que sugerem o quadro de pneumonia silenciosa incluem:

  • Tosse seca com progressão para produtiva
  • Dor de cabeça
  • Dor de garganta
  • Mal-estar
  • Febre baixa
  • Tosse irritativa
  • Conjuntivite
  • Manchas no corpo
  • Dores articulares

O diagnóstico é realizado por meio de um exame físico detalhado e exames complementares, como radiografia, sorologias, detecção de antígenos e PCR para identificar as bactérias causadoras da doença.

O tratamento consiste principalmente em antibióticos e, em alguns casos, corticoides. Vale ressaltar que a infecção geralmente se resolve sem a necessidade de antibióticos, sendo estes prescritos apenas para reduzir a duração dos sintomas em alguns casos.

Fonte:
https://www.spsp.org.br/site/asp/boletins/AtualizeA4N1.pdf
https://publications.aap.org/pediatricsinreview/article-abstract/41/1/12/35343/Mycoplasma-Pneumonia-in-Children-and-Adolescents?redirectedFrom=fulltext?autologincheck=redirected

Dr. Túlio Alonso João – Pediatra.
Especialista pela Sociedade Brasileira de Pediatria – RQE: 85275

Testículo não desceu e agora?

A criptorquidia, termo médico relacionado a presença dos testículos fora da bolsa escrotal, tem incidência de 3% dos nascidos vivos, sendo mais frequente nos recém-nascidos prematuros.

Os testículos durante a vida fetal permanecem na cavidade abdominal, iniciando sua descida no 7°mês de gestação e completando sua migração no 9° mês.

Existem várias causas para ausência do testículo na bolsa escrotal, dentre elas:

Migração ectópica: o testículo acaba indo para um local inadequado durante migração.

Testículo retrátil: o testículo está presente na bolsa escrotal, mas devido a estímulos físicos acaba “subindo” para o canal inguinal ou abdômen.

Anorquia: inexistência do testículo devido a mal formação no processo fetal.

Alterações sexuais cromossômicas: ao contrário das demais formas, costuma ter ausência dos dois testículos e pode ter alterações na genitália do bebê.

A avaliação da criptorquidia deve ser multiprofissional, iniciando com o pediatra em cada consulta de rotina e caso o testículo não seja palpável na bolsa escrotal após os 6 meses o paciente deve seguir em acompanhamento conjunto com um urologista.

É de suma importância o diagnóstico precoce e tratamento, pois as evidências demonstram que o atraso na correção cirúrgica pode ocasionar alterações hormonais e risco aumentado de câncer no testículo afetado.

Fonte:

https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/criptorquidismo-o-que-o-pediatra-precisa-saber/
https://sbu-sp.org.br/publico/criptorquidia/

Dr. Túlio Alonso João – Pediatra, Especialista pela SBP/RQE:85275.

Dor de cabeça na criança.

A dor de cabeça, também conhecida como cefaleia, é um sintoma que pode variar de leve a incapacitante. Embora algumas pessoas possam minimizá-la, quem a experimenta sabe o quanto ela pode afetar a qualidade de vida. Vamos explorar mais sobre esse tema:

  • Percepção da Dor:
    • Para quem nunca sentiu, a dor de cabeça pode parecer algo trivial. No entanto, é importante lembrar que cada pessoa reage de maneira diferente e que a intensidade da dor pode variar significativamente.
    • Crianças que sofrem com cefaleia enfrentam desconforto físico e psicológico, o que não deve ser subestimado.
  • Principais Causas:
    • Existem várias causas possíveis para a dor de cabeça em crianças:
      • Enxaqueca: Um tipo específico de cefaleia que pode ser acompanhado de outros sintomas, como náuseas, sensibilidade à luz e som.
      • Cefaleia Tensional: Geralmente relacionada ao estresse e tensão muscular.
      • Alterações da Visão: Problemas como miopia ou astigmatismo podem causar dor de cabeça.
      • Excesso de Telas: O uso prolongado de dispositivos eletrônicos pode contribuir para a cefaleia.
  • Diagnóstico Clínico:
    • Geralmente, o diagnóstico é feito clinicamente, sem a necessidade de exames de imagem como tomografia ou ressonância magnética.
  • Sinais de Alarme:
    • Se a criança apresentar algum dos seguintes sintomas, é necessária uma avaliação mais aprofundada:
      • Dor de cabeça que acorda a criança pela manhã, associada a vômitos.
      • Dores na região da nuca persistentes.
      • Febre com alteração de comportamento e dor de cabeça.
      • Emagrecimento rápido associado à dor de cabeça.
      • Alterações de marcha e dor de cabeça.
      • Dor de forte intensidade e evolução aguda.
  • Tratamento e Qualidade de Vida:
    • A boa notícia é que a maioria das cefaleias tem resposta positiva ao tratamento.
    • O tratamento pode ser abortivo (para aliviar a dor durante uma crise) ou preventivo (para reduzir a frequência das crises).
    • Famílias devem estar cientes de que a dor de cabeça não deve ser ignorada e que há opções para melhorar a qualidade de vida das crianças.

Fonte:
https://www.spsp.org.br/pediatra-atualize-se-cefaleia-na-crianca-e-no-adolescente/
https://sbcefaleia.com.br/
https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/download/6799/8268/9233

Dr.Túlio Alonso João – Pediatra.
Especialista pela Sociedade Brasileira de Pediatria – RQE: 85275

Vacina Abrysvo: Prevenção da Bronquiolite em Bebês

O que é a bronquiolite?

A bronquiolite é uma síndrome respiratória que afeta as vias aéreas, especialmente os bronquíolos, que são ramificações dos brônquios. O vírus sincicial respiratório (VSR) é o principal causador da bronquiolite em bebês e crianças pequenas. Essa infecção pode levar a dificuldades respiratórias e, em casos graves, à hospitalização.

A Vacina Abrysvo

Por que é importante?

Como prevenir?

Lembrando que sempre é recomendado consultar um profissional de saúde para obter informações específicas sobre a vacinação e cuidados com a saúde do seu bebê. A prevenção é fundamental para garantir o bem-estar dos pequenos! 😊

Bibliografia: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2024/anvisa-registra-vacina-para-prevencao-de-bronquiolite-em-bebes

Cuidados com o umbigo do bebê.

O coto umbilical é uma área sensível e importante que requer atenção especial nos primeiros dias de vida do bebê. Com base em diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), aqui estão algumas orientações essenciais para cuidar do coto umbilical:

  1. Higiene Adequada:
    • Lave suas mãos antes de tocar no coto.
    • Limpe o coto com água e sabão neutro durante o banho do bebê.
    • Seque delicadamente a área após a limpeza.
  2. Clampeamento do Cordão Umbilical:
  3. Evite Substâncias Irritantes:
    • Não aplique produtos como álcool ou mercúrio cromo no coto.
    • Deixe o coto exposto ao ar para ajudar na cicatrização.
  4. Observação de Sinais de Infecção:
    • Fique atento a vermelhidãoinchaçoodor desagradável ou supuração no coto.
    • Se notar algum desses sinais, consulte um pediatra imediatamente.
  5. Troca de Fraldas Cuidadosa:
    • Dobre a fralda abaixo do coto para evitar atrito.
    • Use fraldas descartáveis que não cubram o coto.

Lembre-se de que cada bebê é único, e é importante seguir as orientações específicas do seu pediatra. O cuidado adequado com o coto umbilical ajuda a prevenir infecções e promove uma cicatrização saudável. 🌟👶

Referências:

Neuronutrientes – O que toda família deve saber.

O corpo humano é altamente complexo, e cada órgão possui uma demanda nutricional específica. Com nosso cérebro, não é diferente. Os neuronutrientes, como são chamados os principais nutrientes necessários para um desenvolvimento cerebral adequado, são de vital importância, especialmente durante o período de maior crescimento cerebral: os primeiros mil dias. Esses mil dias abrangem o período desde a gestação até o segundo ano de vida da criança.

Os cuidados com o crescimento cerebral começam antes mesmo do nascimento. É essencial realizar uma história nutricional detalhada da gestante e suplementar os nutrientes necessários para otimizar o crescimento e o desenvolvimento cerebral. Após o nascimento, a reeducação alimentar da mãe e a suplementação, quando necessárias, devem ser priorizadas. A partir dos 6 meses, com o início da introdução alimentar, é fundamental orientar a família sobre a oferta adequada dos principais neuronutrientes, sempre considerando a fonte e a quantidade.

Aqui estão os neuronutrientes e suas fontes alimentares:

  1. Ômega 3: Encontrado em peixes de água fria (como salmão, sardinha, atum e cavala), chia, linhaça e algas.
  2. Ferro: Presente em feijões, carnes e legumes verdes escuros, como lentilhas.
  3. Zinco: Encontrado em castanhas-do-pará, nozes, carne, cogumelos, ovos e granola.
  4. Vitamina D: Fontes incluem ovos, leite, atum, sardinha e cogumelos.
  5. Colina: Presente em ovos, carne, feijão, lentilha e grão-de-bico.
  6. Cobre: Encontrado em castanhas de caju, castanhas-do-pará, linhaça e coentro.

É importante ressaltar que alguns alimentos mencionados não devem ser introduzidos na dieta antes dos dois anos de idade, como no caso das castanhas e nozes, devido ao risco de engasgo.

Após a leitura deste texto, espero que você compreenda a importância da educação alimentar para o desenvolvimento cerebral de sua família. Investir nos primeiros dois anos de vida resultará em benefícios ao longo de toda a vida de seu filho.

Peço encarecidamente que não siga estritamente essa lista todos os dias. Mantenha o prato de seu filho variado, com alimentos diversificados e equilibrados.

Meu filho está sempre doente e agora?

É comum nos consultórios médicos e frequentemente motivo de visitas ao pronto-socorro: infecções recorrentes durante a primeira infância preocupam muitos pais. 

A narrativa comum dos responsáveis descreve uma criança que nunca esteve doente e, de repente, aos 6 ou 9 meses, começa a adoecer frequentemente. Um dia é diarreia, no outro é um resfriado; uma sequência interminável de enfermidades. 

Diante dessa situação, é importante salientar que uma criança com menos de 2 anos normalmente enfrenta cerca de 10 a 12 infecções por ano. Se estiver em situação de risco, como frequentar creche ou ter irmãos mais velhos, esse número pode ultrapassar 12 infecções por ano, resultando em quase metade do mês doente. 

Essa frequência se deve à imaturidade do sistema imunológico infantil, combinada com a alta exposição a novos vírus e bactérias, desencadeando infecções recorrentes que podem persistir até os 3 ou 4 anos. 

É importante ressaltar que em 90% dos casos, essas infecções são virais, não necessitando de antibióticos. Portanto, se o médico rotineiramente diagnosticar seu filho com uma virose, é sinal de um bom profissional. 

Dada a importância do tema, a Sociedade Brasileira de Pediatria publicou os 10 sinais de alerta para imunodeficiência: 

  • Duas ou mais pneumonias no último ano. 
  • Quatro ou mais novas otites no último ano. 
  • Estomatites recorrentes ou monilíase por mais de dois meses. 
  • Abscessos recorrentes ou ectima. 
  • Um episódio de infecção sistêmica grave (meningite, osteoartrite, septicemia). 
  • Infecções intestinais recorrentes/diarreia crônica/giardíase. 
  • Asma grave, doença do colágeno ou doença autoimune. 
  • Reação adversa à BCG e/ou infecção por micobactéria. 
  • Fenótipo clínico sugerindo síndrome associada à imunodeficiência. 
  • História familiar de imunodeficiência. 

Se seu filho apresentar qualquer um desses sinais, é necessária uma avaliação adicional pelo pediatra. 

Mas como podemos melhorar a imunidade do meu filho? Existe algum remédio milagroso? 

É exatamente essa a questão explorada pela indústria farmacêutica. Existem inúmeros remédios milagrosos nas prateleiras das farmácias, muitos sem comprovação científica e, infelizmente, prescritos por médicos. 

Atualmente, as evidências indicam que níveis adequados de vitamina D, ferro e zinco no organismo auxiliam na resposta contra infecções, embora não as impeçam completamente. Medidas comportamentais talvez sejam as mais eficazes para proteger contra infecções: horários de sono adequados, alimentação balanceada que promova uma flora intestinal saudável e forneça micronutrientes, além de hidratação adequada. 

Dor de crescimento.

A dor de crescimento é uma queixa comum no consultório pediátrico, o que gera grande preocupação nos pais devido à sua persistência. De forma irônica, esse tipo de dor ocorre justamente no período em que a criança menos cresce, entre 4 e 8 anos.

As dores de crescimento costumam iniciar no final da tarde, afetando geralmente as panturrilhas, canelas e a região posterior do joelho dos dois membros, sendo mais comuns em dias de maior atividade física. Normalmente, essas dores são aliviadas com massagem e compressas quentes, necessitando raramente o uso de medicamentos. Quando utilizados, os medicamentos proporcionam rápida melhora dos sintomas.

A avaliação do pediatra é crucial em todos os casos para descartar doenças graves que podem se manifestar como dores nos membros, tais como leucemias, tumores ósseos, fraturas, luxações do quadril ou infecções articulares e ósseas.

É importante estar atento a sintomas que demandam avaliação médica imediata:

  • Dor que acorda a criança durante a noite.
  • Dor que não melhora com medicamentos.
  • Febre associada à dor no membro.
  • Dor unilateral.
  • Emagrecimento.
  • Inchaço no membro.

Se algum desses sintomas estiver presente, uma investigação mais aprofundada será necessária.

Alergia a picada de insetos.

O prurigo estrófulo, ou alergia a picadas de insetos, é uma reação comum em crianças, especialmente entre 1 e 2 anos de idade. É uma resposta imunológica do corpo à picada de insetos, como mosquitos e pulgas, que pode causar pápulas, vermelhidão, inchaço e coceira ao redor da área da picada. Com o tempo, essas lesões podem cicatrizar e escurecer.

É importante tranquilizar os pais quanto à benignidade dessa condição e sua evolução natural. A tolerância a essas picadas tende a aumentar com a idade, e após 10 anos, geralmente não ocorrem mais reações alérgicas significativas.

Medidas preventivas são essenciais para minimizar o risco de picadas de insetos. Isso inclui o uso de telas em janelas para impedir a entrada de mosquitos em casa, dedetização regular para controlar a população de insetos, uso de repelentes nos horários de maior atividade dos insetos, como no início da manhã e no final da tarde, e o uso de roupas compridas em locais com maior exposição a insetos.

No entanto, mesmo com essas medidas, algumas crianças podem ser mais suscetíveis a picadas e reações alérgicas. Quando necessário, o tratamento visa aliviar os sintomas, como coceira ou inchaço local. O uso de pomadas contendo corticoides de baixa potência pode ser útil para reduzir a inflamação e a coceira. Além disso, antialérgicos via oral também podem ser prescritos para ajudar a controlar a reação alérgica.

O uso de antibióticos deve ser reservado para casos em que ocorra vermelhidão ou saída de secreção amarelada da lesão, o que pode indicar uma infecção secundária. O uso de antibióticos deve ser criterioso e orientado pelo médico, pois nem todas as lesões necessitam de tratamento com antibióticos.

Em suma, o prurigo estrófulo é uma reação alérgica comum a picadas de insetos em crianças, mas geralmente é benigno e melhora com o tempo. Medidas preventivas são importantes para minimizar as picadas, e o tratamento, quando necessário, visa aliviar os sintomas e evitar complicações adicionais. Sempre é recomendado procurar a orientação de um profissional de saúde para avaliar a condição do seu filho e fornecer as orientações e tratamentos adequados.

Meu filho não cresce !

Aniversário de alguma colega de turma, você o deixa na festa e observa que ele é o menor entre os colegas.

Fila para entrar no ônibus da escola para uma viagem, você observa que ele está entre os menores da classe.

Seu filho de repente começa a ser ultrapassado na altura pelos colegas.

Essas são situações comuns diárias vividas pelos pais, situações que geram ansiedade e dúvida de que algo pode estar errado no crescimento do seu filho.

Devemos entender primeiro o que define a altura de um ser, são basicamente três componentes: genético, nutricional e ambiental.

Se você e seu cônjuge tiverem estatura baixa ou mediana, dificilmente seu filho será um jogador de basquete, a genética é sempre soberana. Existem algumas exceções, por exemplo, uma família que tem genética para  alta estatura e as gerações anteriores sofrerem algum tipo de privação nutricional ou psicológica como pode ocorrer com refugiados, imigrantes que cresceram em ambientes de extrema pobreza, neste caso, sua genética não foi alterada, apenas o ambiente era desfavorável para atingir todo seu potencial genético, isto não priva as gerações futuras que podem atingir o alvo genético familiar se forem oferecidas uma alimentação adequada e um ambiente adequado para crescimento.

Caso seu filho apresente uma desaceleração de crescimento é necessário realizar uma consulta detalhada com seu Pediatra, existem várias doenças que podem causar desaceleração de crescimento, porém, a maioria das desacelerações são variações no processo de amadurecimento do corpo como: atraso de puberdade, atraso constitucional do crescimento, os quais não demandam tratamento.