A intolerância à lactose infantil é uma condição cada vez mais comum entre as crianças e pode afetar diretamente a qualidade de vida dos pequenos. Muitas vezes confundida com outras doenças digestivas, essa condição exige atenção dos pais e acompanhamento médico especializado para um diagnóstico correto. Neste artigo, vamos explicar o que é a intolerância à lactose, como identificá-la.
O que é a Intolerância à Lactose?
A intolerância à lactose é a incapacidade do organismo de digerir a lactose, um açúcar encontrado no leite e em produtos lácteos. Isso ocorre devido à deficiência ou ausência da lactase, enzima responsável pela quebra da lactose no intestino. Embora seja mais comum em adultos, a intolerância à lactose também pode ser diagnosticada em crianças, especialmente após o primeiro ano de vida, quando o consumo de leite começa a diminuir.
Sintomas da Intolerância à Lactose em Crianças
Os sintomas de intolerância à lactose podem variar de leves a mais intensos e costumam se manifestar logo após o consumo de alimentos ou bebidas que contenham lactose. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, os sinais mais comuns incluem:
- Dor abdominal (cólica);
- Inchaço e sensação de estufamento;
- Gases excessivos;
- Diarreia ou fezes líquidas;
- Náuseas e, em alguns casos, vômitos.
Esses sintomas podem ser confundidos com outras condições digestivas, como a síndrome do intestino irritável ou infecções gastrointestinais. Por isso, é importante procurar um médico pediatra para obter um diagnóstico adequado.
Diagnóstico da Intolerância à Lactose
O diagnóstico da intolerância à lactose em crianças é feito por meio de avaliação clínica e exames específicos, como:
Teste de Tolerância à Lactose: A criança ingere uma solução contendo lactose, e o nível de glicose no sangue é monitorado para verificar como o organismo reage.
Teste de Hidrrogênio Expirado: Este exame mede a quantidade de hidrogênio no ar expirado após a ingestão de lactose. Níveis elevados indicam dificuldade em digerir o açúcar.
Testes Genéticos: Embora não seja comumente utilizado, o teste genético pode ser feito para verificar a predisposição à intolerância à lactose, especialmente em casos mais complexos.
Tratamento da Intolerância à Lactose
Não existe cura para a intolerância à lactose, mas é possível gerenciar a condição de forma eficaz com algumas adaptações na alimentação e no estilo de vida. A Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) recomenda:
Evitar Alimentos com Lactose: A principal forma de controle é a exclusão da lactose da dieta da criança. Isso pode incluir o uso de leites e produtos lácteos sem lactose, além de verificar os rótulos dos alimentos para garantir que não contenham esse açúcar.
Uso de Enzimas Lactase: Em alguns casos, o pediatra pode recomendar o uso de suplementos de lactase, enzima responsável por auxiliar na digestão da lactose, permitindo que a criança consuma produtos lácteos em pequenas quantidades sem o surgimento dos sintomas.
Substitutos do Leite: Leites vegetais, como os de soja, amêndoa e coco, podem ser boas alternativas ao leite de vaca, desde que sejam enriquecidos com cálcio e vitamina D para garantir o aporte nutricional adequado.
Acompanhamento Nutricional: Em casos de intolerância severa, o acompanhamento de um nutricionista pediátrico é fundamental para evitar deficiências nutricionais, como a falta de cálcio e vitamina D.
A Importância do Diagnóstico Precoce
Identificar a intolerância à lactose o quanto antes ajuda a evitar o sofrimento desnecessário da criança e a implementar uma dieta adequada. Como os sintomas podem ser confundidos com outras condições, os pais devem ficar atentos aos sinais de desconforto abdominal recorrente e procurar orientação médica especializada.
Quando Consultar o Pediatra?
Se a criança apresenta sintomas digestivos após consumir leite ou produtos lácteos, é importante consultar o pediatra. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado ajudam a garantir que a criança cresça de forma saudável, sem prejuízos nutricionais ou qualidade de vida.
Conclusão
A intolerância à lactose infantil é uma condição que exige cuidado e atenção. Embora os sintomas possam ser desconfortáveis, com o acompanhamento médico adequado e a adaptação alimentar, é possível que a criança viva de maneira saudável e sem restrições alimentares excessivas. Lembre-se sempre de consultar um especialista para um diagnóstico preciso e orientações sobre o melhor tratamento para o seu filho.
Fontes:
Atendimentos em Botafogo e Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.